Comitê Diretor do Observatório Regional Amazônico conhece as mais recentes atualizações


May 18, 2022 | OBSERVATÓRIO REGIONAL AMAZÔNICO | PROJETO BIOAMAZÔNIA

Atualmente, o ORA possui web services para compartilhar dados com qualquer instituição interessada em dados de biodiversidade da Amazônia.

Delegações de seis Países Membros (PM) da OTCA participaram da terceira reunião do Comitê Diretor do Observatório Regional Amazônico (ORA). Na ocasião foram apresentados os avanços, resultados e agendas do ORA.

O Observatório Regional Amazônico foi criado a partir de decisões das XI,XII e XIII reuniões de Ministros de Relações Exteriores, instância máxima de decisão, responsável por fixar as diretrizes básicas da política comum, avaliar iniciativas desenvolvidas e adotar decisões necessárias à consecução dos fins propostos pelo Tratado de Cooperação Amazônica (TCA). O ORA foi lançado em 10 de novembro de 2021.

Isaac Ocampo apresentou os conteúdos do ORA, que é organizado em módulos temáticos e integradores. O especialista de Dados do ORA explicou os módulos CITES e Biodiversidade, referindo-se às linhas temáticas e aos dashboards para apresentação gráfica das informações, além de apresentar os avanços nos módulos Recursos Hídricos e Florestas.

Em relação ao módulo Biodiversidade, desde novembro de 2021, a OTCA se integrou ao Global Biodiversity Information Facility (GBIF) e uma de suas ações dentro da rede será a implementação do nodo amazônico. Este módulo Biodiversidade integra dados de ocurrências de mais de 65 instituições dos Países Membros da OTCA. Com base no trabalho de refinamento de dados, é possível, atualmente, gerar relatórios e descarregar dados a nível de bacia amazônica. A partir desses dados foi trabalho o modelamento de nichos ecológicos de 11 espécies. Outro aspecto é que o ORA possui serviços web para compartilhar seus dados com qualquer instituição interessada em dados de biodiversidade amazônica.

Quanto aos módulos integradores, Isaac Ocampo explicou que apresentam conteúdos transversais. O módulo Geoamazônia é uma ferramenta com três enfoques de informação: monitoramento (tempo), temático e geográfico (de cada País Membro). Destacou-se o monitoramento diário das fontes de calor na Região Amazônica. O módulo Redes Amazônicas integra todas as 242 estações de monitoramento hidrológico e de qualidade de agua na Região Amazônica de cinco Países Membros da OTCA (Bolívia, Brasil, Colômbia, Equador e Peru) ressaltando a diferença na frequência de atualização de dados de cada país. Da mesma forma, foi mencionado que o sistema já permite a geração de alertas de chuva e cheias, que estão sendo validados pela Geodatin, empresa responsável pelo desenvolvimento deste módulo. Além disso, informou que os módulos Amazônia Digital e Nossa Amazônia têm a função de armazenamento e busca de informações relacionadas aos temas priorizados no ORA.

Mauro Ruffino, coordenador da ORA, destacou que a OTCA, por meio do Projeto Bioamazônia, participará da COP 19 da CITES, em novembro de 2022, com um evento paralelo para mostrar como os resultados do Projeto contribuíram para a implementação da CITES, bem como a preparação de uma notificação CITES sobre a contribuição específica do Observatório. Ruffino explicou que a OTCA vai preparar uma Nota Técnica sobre o ORA e como pode contribuir para uma visão regional da implementação da CITES. “O desafio do ORA é dar um caráter regional às informações coletadas. Sabe-se que todos os Países Membros fazem seus relatórios nacionais anuais às Convenções (CITES, CBD, etc.), mas não há uma análise regional que inclua informações de todos os Países Membros. Uma vez elaborada a Nota Técnica, ela será enviada por Nota Verbal a todos os PM, para suas respectivas considerações, e posteriormente um documento de consenso será enviado à Secretaria CITES”, disse.

Investimentos

Em 2021, os investimentos no ORA somaram mais de US$ 1,1 milhão, dos quais US$ 926 mil foram destinados pelo Projeto Bioamazônia, com recursos canalizados pelo Banco Alemão de Desenvolvimento (KfW) para obras de infraestrutura, compra de equipamentos e desenvolvimento computacional da plataforma e módulos, e US$ 180 mil investidos pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e Agência Nacional de Águas e Saneamento (ANA) para viabilizar a Sala de Situação do Observatório.

Desafios

Os desafios do ORA abrangem quatro dimensões de sustentabilidade: financeira, tecnológica, operacional e institucional.

No aspecto financeiro, cerca de 80% do investimento foi feito pelo governo alemão, por meio do Projeto Bioamazônia/OTCA, e cerca de 20% pelo governo brasileiro, por meio do Projeto Amazonas/ANA/ABC/OTCA. A expansão dos serviços e a manutenção do funcionamento do ORA exigirão aportes regulares e previsíveis de recursos.

Em termos de tecnologia, a incorporação de novos módulos e funcionalidades ao ORA exigirá a aquisição de novos equipamentos de hardware e licenças de software e futuras atualizações dos já disponíveis. Deve-se considerar o estabelecimento de alianças com instituições dos Países Membros que possam colaborar com a OTCA.

O eixo operacional envolve a disponibilidade de recursos humanos qualificados e estáveis ​​para o funcionamento do ORA. No aspecto institucional, a ORA conta com um Comitê Gestor, formado por técnicos dos PM, que tomam decisões de forma coordenada. O Observatório, incorporado à estrutura da OTCA, obedece aos preceitos das decisões unânimes do Tratado de Cooperação Amazônica (TCA), operacionalizado por meio de mandatos ministeriais, decisões do Conselho de Cooperação Amazônica (CCA) e gestão da Comissão de Coordenação do Conselho de Cooperação Amazônica (CCOOR).

Delegações

Durante a terceira reunião do Comitê Diretor, Mauro Ruffino abriu um espaço para comentários dos participantes.

Entre as intervenções realizadas, Marco Ehrlich, da delegação colombiana, destacou a importância do trabalho de organizar adequadamente as informações oficiais e relevantes no ORA. Ehrlich mencionou que este trabalho tem contribuído para uma melhor articulação e coordenação entre as instituições nacionais, sendo um exercício relevante não só para a Colômbia, mas para outros países da região.

Néstor Acosta, da delegação equatoriana, mencionou que o Ministério do Meio Ambiente, Água e Transição Ecológica (MAATE) realizou uma oficina com exercícios práticos para conhecer os módulos e tudo o que foi desenvolvido no ORA. Indicou também que o Equador tem o compromisso de continuar contribuindo com todas as informações sobre os temas trabalhados no ORA e, assim, fortalecer os esforços regionais propostos.

Da delegação da Guiana, Felicia Adams-Kellman, destacou o quão relevante tem sido o esforço e o trabalho realizado pelo ORA, indicando que a coleta e armazenamento de informações para o país sempre foi um desafio, por isso é interessante ver uma centralização das informações em um banco de dados que pode ajudar na gestão da biodiversidade. Além disso, reiterou a disposição de seu país em continuar apoiando a implementação do ORA.

Jonatan Quevedo, da delegação peruana, também reiterou o compromisso do país de continuar participando de todas as ações da ORA.

A terceira reunião do Comitê Gestor da ORA foi realizada em 4 de maio de 2022, virtualmente.

Fonte/ Créditos: Notícias OTCA

 

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