Diagnóstico PIACI - Bolívia

Elaboração do documento original:

DAVID KEREMBA MAMANI
Facilitador Nacional Bolívia –  Programa OTCA/BID

2013 – 2014

POVOS INDÍGENAS EM ISOLAMENTO OU CONTATO INICIAL NA BOLÍVIA

A população nacional é composta por três grupos principais: os indígenas e originários, os mestiços e os brancos (descendentes diretos dos colonizadores).

Os indígenas e originais constituem 43% da população. Os que se autodenominam mestiços representam 32% dos habitantes do país e são descendentes da união de espanhóis e indígenas/originais. O processo de miscigenação teve início com a chegada dos espanhóis que introduziram na região escravos vindos da África. O resultado das uniões entre esses grupos dá origem a mulatos e mestiços.

Na época colonial, chegaram cerca de 30.000 escravos da África, que foram obrigados a trabalhar nas minas de Potosí e, posteriormente, em La Paz e nas Yungas. Devido às suas condições climáticas, os escravos que conseguiram fugir e, posteriormente, os alforriados se instalaram na região das Yungas e hoje compõem a população afrodescendente, representando 3% da população nacional.

A população nacional é composta por três grupos principais: os indígenas e originários, os mestiços e os brancos (descendentes diretos dos colonizadores).

Os indígenas e originais constituem 43% da população; Os que se autodenominam mestiços representam 32% dos habitantes do país e são descendentes da união de espanhóis e indígenas/originais. O processo de miscigenação teve início com a chegada dos espanhóis que introduziram na região escravos vindos da África. O resultado das uniões entre esses grupos dá origem a mulatos e mestiços.

Apesar da grande diversidade e heterogeneidade dos povos indígenas em isolamento voluntário e/ou contato inicial, algumas características gerais comuns a todos eles podem ser identificadas:

  • São povos altamente integrados nos ecossistemas em que vivem e dos quais fazem parte, mantendo uma estreita relação de interdependência com o ambiente em que desenvolvem sua vida e sua cultura. Eles têm um profundo conhecimento de seu ambiente, o que lhes permite viver de forma autossuficiente geração após geração, por isso a manutenção de seus territórios é vital para todos eles.
  • São povos que desconhecem como funciona a sociedade maioritária, e que por isso se encontram numa situação de indefesa e de extrema vulnerabilidade perante os vários actores que tentam aproximar-se deles, ou que procuram acompanhar os seus
    processos de relacionamento com o restante da sociedade, como no caso dos povos em contato inicial.
  • São povos altamente vulneráveis, que na maioria dos casos estão em grave perigo de extinção. Sua extrema vulnerabilidade é agravada pelas ameaças e ataques sofridos por seus territórios que põem em risco diretamente a manutenção de suas culturas e modos de vida, uma vez que os processos de contato são geralmente acompanhados de impactos drásticos em seus territórios que alteram suas relações com o meio ambiente são irremediavelmente modificados e muitas vezes modificam radicalmente os modos de vida e as práticas culturais desses povos. A vulnerabilidade é ainda agravada pelas violações de direitos humanos que habitualmente sofrem os atores que buscam explorar os recursos naturais presentes em seus territórios e pela impunidade que geralmente envolve os ataques sofridos por esses povos e seus ecossistemas.”

MAPA INTERATIVO

Observe no mapa interativo do Módulo Povos Indígenas, onde se localizam os territórios indígenas na região amazônica e observe as regiões fronteiriças estudadas pelos consultores da OTCA:

VULNERABILIDADES E AMEAÇAS

Apesar de a ação da população indígena da várzea ter sido constante em busca de critérios de conciliação, levantando propostas, inclusive de leis, essa linha de ação profundamente democrática não é reconhecida; prefere-se simplesmente desqualificá-los com insultos ou nomes que nada têm a ver com a realidade (realidades) deste país.


Os povos indígenas da várzea, desde a década de 1990, alertavam para os problemas climáticos que inevitavelmente adviriam do desmatamento indiscriminado, do desaparecimento da flora e da fauna e da constante alteração da natureza realizada por mãos inescrupulosas. Mas como foram os indígenas que deram o alarme, nada foi feito. Hoje com o aquecimento global, os desastres naturais causados ​​pela insensibilidade humana à natureza, o desaparecimento de espécies animais/vegetais e os alertas desencadeados por estudos científicos, alguns flexibilizam suas posições diante da necessidade de preservar e respeitar o meio ambiente. Estamos passando do discurso semântico para realmente querer agir.

SISTEMAS DE SAÚDE

A partir do ano de 2020, o Sistema Único de Saúde deveria oferecer acesso universal, respeitar as culturas nativas e ser enriquecido com a medicina tradicional; inclusivo, equitativo, solidário, de qualidade e descentralizado; conduzido e liderado pelo Ministério da Saúde, exercendo plena soberania sanitária.

Dentro dos elementos da visão, foi estabelecida a seguinte ordem de prioridades:

  • O sistema único de saúde de acesso universal, respeitoso com as culturas nativas e enriquecido com a medicina tradicional; é inclusivo, equitativo, solidário, de qualidade e descentralizado; conduzido e liderado pelo Ministério da Saúde e Esportes.
  • Atuação prioritária nos determinantes da saúde.

Algumas ações que estão sendo definidas no âmbito institucional:

  • Ações com enfoque em rede como forma de articular e inter-relacionar os diferentes estabelecimentos de saúde (independente de seu nível) com as comunidades (urbanas e/ou rurais).
  • Reforço da organização do estabelecimento e da sua capacidade de resolução.
    Desenvolvimento de ações de prevenção e cuidados de doenças e incapacidades de acordo com os protocolos e guias de cuidados de acordo com o nível a que corresponde.
  • Respeito pela decisão da pessoa quanto ao tipo de cuidado que deseja ter, tendo em conta a cultura da pessoa, família e comunidade (urbana e/ou rural).
  • Respeito à decisão do familiar ou responsável quanto ao tipo de atendimento sem violação dos direitos fundamentais reconhecidos no CPE.
  • Estabelecimento de estratégias conjuntas com as autoridades locais para referência e contrarreferência aos diferentes níveis de atenção.
  • Realização de ações assistenciais no âmbito dos protocolos e normas emanadas do Ministério da Saúde e Esportes.
  • Funcionamento coordenado do sistema de referência e contrarreferência entre os dois medicamentos.
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