Povos Indígenas em Isolamento

MARCO ESTRATÉGICO PARA A PROTEÇÃO DE POVOS INDÍGENAS ISOLADOS

Aprovado em 15 de fevereiro de 2011, o Programa Marco Estratégico para Elaborar uma Agenda Regional para a Proteção dos Povos Indígenas em Isolamento e Contato Inicial conta com o financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e a OTCA como órgão executor do programa. O objetivo definido foi o de contribuir para a proteção dos povos indígenas em isolamento e em contato inicial por meio da definição de políticas efetivas e ações pactuadas entre governos, organizações, povos indígenas e organizações não governamentais (ONGs) com experiência em ações com essas populações indígenas.

Cinco componentes compõem a estratégia adotada, de modo a se criar uma metodologia de trabalho de comum acordo entre as instituições participantes:

  • Um mecanismo de coordenação interinstitucional regional apoiado por órgãos nacionais;
  • Um quadro estratégico acordado que incorpore medidas para proteger a integridade física e cultural das populações;
  • Um plano de ação para medidas de proteção territorial, incluindo proteção legal e controle físico das atividades desenvolvidas por agentes externos nos territórios ocupados por esses povos e nas áreas limítrofes;
  • O estabelecimento de uma estratégia regional de atenção à saúde que inclua um padrão técnico de saúde preventiva com característica de abordagem intercultural e sistemas de emergência sanitária nas regiões habitadas por esses povos;
  • A sistematização de dados e conhecimentos sobre a situação dos povos isolados e a geração de capacidade e compromisso com sua proteção (sustentabilidade do Marco Estratégico Regional).

DIAGNÓSTICOS DOS POVOS ISOLADOS NA AMAZÔNIA

Bolívia

A população nacional é composta por três grupos principais: os indígenas e originários, os mestiços e os brancos (descendentes diretos dos colonizadores). Os indígenas e originais constituem 43% da população. Os que se autodenominam mestiços representam 32% dos habitantes do país e são descendentes da união de espanhóis e indígenas/originais. Saiba mais.

Brasil

Tendo como referência a Constituição de 1988 e o princípio da autodeterminação dos povos, o órgão indigenista oficial define como uma de suas diretrizes garantir “aos índios e grupos isolados o direito de assim permanecerem, mantendo a integridade de seu território, intervindo apenas quando qualquer fator coloque em risco a sua sobrevivência e organização sociocultural”.  Saiba mais.

Colômbia

Na Colômbia, de acordo com o Comitê para a proteção dos Povos Isolados, “considera-se contato inicial um povo ou segmento de um povo indígena cuja diferença cultural, política, social, econômica e reprodutiva em relação à sociedade regional de seu ambiente se transforme em marginalização social, econômica desigualdade, exclusão social e alta vulnerabilidade imunológica, demográfica, política e territorial. Saiba mais.

Equador

A população nacional é composta por três grupos principais: os indígenas e originários, os mestiços e os brancos (descendentes diretos dos colonizadores). Os indígenas e originais constituem 43% da população. Os que se autodenominam mestiços representam 32% dos habitantes do país e são descendentes da união de espanhóis e indígenas/originais. Saiba mais.

Peru

Os povos indígenas amazônicos isolados e em contato inicial no Peru encontram-se protegidos em reservas territoriais criadas formalmente, em áreas em que já foram formuladas propostas de proteção e, também, em áreas naturais protegidas. Saiba mais.

Suriname

Os povos indígenas do Suriname vivem em várias aldeias espalhadas por todo o país, tanto em áreas costeiras quanto em áreas remotas. Em termos de área de vida, pode-se fazer uma distinção entre os chamados Povos Indígenas de “Terra Baixa” e Povos Indígenas de “Terra Alta”. Os Povos Indígenas da “Terra Baixa” vivem na área costeira, na parte norte do Suriname, enquanto os Povos Indígenas da “Terra Alta” vivem principalmente na parte sul do país.  Saiba mais.

A SITUAÇÃO DOS POVOS INDÍGENAS EM ISOLAMENTO OU CONTATO INICIAL

Os povos indígenas isolados são remanescentes dos povos ameríndios originários que sobreviveram mantendo sua liberdade. Vivem nas cabeceiras dos rios, montanhas e outras terras altas da Amazônia,  que não tenham sido ocupadas por outros povos. Habitam, geralmente, florestas tropicais saudáveis, onde a fauna é abundante e sobrevivem da caça, pesca, coleta de raízes e técnicas incipientes de agricultura.

Mantém um comportamento migratório sazonal ao longo das margens dos rios e se deslocam em grupos familiares, estabelecendo acampamentos a cada cinco quilometros, construindo cabanas de folhas de palmeira, de tamanho suficiente para acomodar de 5 a 6 pessoas. Essas informações são fornecidas por profissionais que fazem o patrulhamento de parques e áreas de conservação.

Em eventuais aparições em estradas ou áreas próximas aos povoados da floresta, manifestam e exigem o seu direito ao não contato e ao isolamento, como uma decisão de proteger suas crenças e estilo de vida, que se adapta ao ciclo climático e à disponibilidade de recursos.

Ameaças constantes

Quando essas populações isoladas entram em contato com atividades realizadas por madeireiros, garimpeiros, pecuaristas e petroleiras, ficam expostas a ameaças severas à sua saúde e bem-estar. Podem ser afetados em sua integridade e em sua inserção aos mecanimos naturais da floresta, tornando-se vítimas de doenças letais, interferências culturais e até mesmo à perda de acesso aos alimentos.

A presença de equipes de trabalho, equipamentos e ferramentas que não fazem parte do universo desses indígenas em isolamento ou mesmo em contato inicial modificam seu habitat natural e, caso permaneçam próximos, acabam produzindo resíduos sólidos e líquidos que interferem negativamente no ecosistema. Além disso, os movimentos comuns dessas atividades como a construção de pistas de pouso para pequenos aviões e ruído constante dos helicópteros e máquinas modificam a percepção dessas populações.

Por isso, habitam regiões da floresta menos acessíveis, onde a dificuldade de penetração  e deslocamentos garantem áreas quase sem intervenções externas e onde podem manter as características de sua evolução natural em contato com a floresta menos vulnerável.

MAPA INTERATIVO

O DIREITO INTERNACIONAL DOS POVOS INDIGENAS

Observe no mapa interativo do Módulo Povos Indígenas, onde se localizam os territórios indígenas na região amazônica e observe as regiões fronteiriças estudadas pelos consultores da OTCA:

Conheça os principais instrumentos do Direito Internacional que se aplicam aos povos indígenas em  isolamento ou contato inicial:

 
Organismo emisor
Año de emisión
Elemento/Artículo
Texto de referencia
Art 73 - Los Miembros de las Naciones Unidas que tengan o asuman la responsabilidad de administrar territorios cuyos pueblos no hayan alcanzado todavía la plenitud del gobierno propio, reconocen el principio de que los intereses de los habitantes de esos territorios están por encima de todo, aceptan como un encargo sagrado la obligación de promover en todo lo posible, dentro del sistema de paz y de seguridad internacionales establecido por esta Carta, el bienestar de los habitantes de esos territorios, y asimismo se obligan: a asegurar, con el debido respeto a la cultura de los pueblos respectivos, su adelanto político, económico, social y educativo, el justo tratamiento de dichos pueblos y su protección contra todo abuso; a desarrollar el gobierno propio, a tener debidamente en cuenta las aspiraciones políticas de los pueblos, y a ayudarlos en el desenvolvimiento progresivo de sus libres instituciones políticas, de acuerdo con las circunstancias especiales de cada territorio, de sus pueblos y de sus distintos grados de adelanto; a promover la paz y la seguridad internacionales; a promover medidas constructivas de desarrollo, estimular la investigación, y cooperar unos con otros y, cuando y donde fuere del caso, con organismos internacionales especializados, para conseguir la realización práctica de los propósitos de carácter social, económico y científico expresados en este Artículo; y a transmitir regularmente al Secretario General, a título informativo y dentro de los límites que la seguridad y consideraciones de orden constitucional requieran, la información estadística y de cualquier otra naturaleza técnica que verse sobre las condiciones económicas, sociales y educativas de los territorios por los cuales son respectivamente responsables, que no sean de los territorios a que se refieren los Capítulos XII y XIII de esta Carta.
Los derechos de los pueblos indígenas.- 7. En ese sentido, apoyamos firmemente todos los esfuerzos encaminados a la promoción y protección de los derechos y libertades fundamentales de los pueblos indígenas, entre ellos: el derecho a su identidad y tradiciones en lo espiritual cultural, lingüístico; social, político, cultural y económico; individual y colectiva; a no ser desplazados, como pueblos, de su patrimonio cultural histórico; a sus sistemas, conocimientos y prácticas de medicina tradicional, incluido el derecho a la protección de sus lugares rituales y sagrados; a la educación en la diversidad; a ser elegidos y desempeñar cargos públicos. Expresamos nuestra voluntad de resguardar estos derechos dentro del orden público y en cumplimiento de nuestras disposiciones constitucionales y legales vigentes. 8. Nuestros Estados tienen el deber de cautelar y garantizar la aplicación las disposiciones de la Declaración Americana de los Derechos y Deberes del hombre, la Convención Americana sobre Derechos Humanos y los demás instrumentos existentes en los ámbitos regional y universal, con la finalidad de asegurar el ejercicio pleno de los derechos humanos de las poblaciones indígenas, conforme al principio de no discriminación. Impulsaremos, en ese sentido, la elaboración y aprobación de la Declaración Americana sobre los Derechos de los Pueblos Indígenas. 9. La consolidación de la vida democrática y el estado de derecho en nuestros países demanda políticas que aseguren la participación activa de las poblaciones indígenas en todos los ámbitos de la vida nacional. A ese efecto, los cancilleres propondrán la creación de una mesa de trabaja sobre los derechos de los pueblos indígenas en el marco institucional de la Comunidad Andina de Naciones, con la participación de las organizaciones indígenas, organizaciones de derechos humanos, de la sociedad civil y representantes de cada uno de los estados miembros, con el propósito de integrar plenamente a los pueblos indígenas a la vida económica, social y política de nuestros países, respetando y promoviendo al mismo tiempo su diversidad cultural. La mesa realizará su primera reunión, a la brevedad posible, en la ciudad del Cuzco.
Arti 36 - Reiteran su compromiso de cumplir y hacer cumplir los derechos y obligaciones consagrados en instrumentos internacionales que tienen como finalidad promover y proteger los derechos humanos de los pueblos indígenas y los de las comunidades de afrodescendientes, en particular el Convenio sobre pueblos indígenas y tribales en países independientes (número 169) de la Organización Internacional del Trabajo. Artículo 37. Reconocen que los pueblos indígenas y comunidades de afrodescendientes, además de los derechos humanos que poseen sus miembros como ciudadanos a título individual, gozan como grupos humanos de raíz ancestral, de derechos colectivos, cuyo ejercicio en común promueve su continuidad histórica, la preservación de su identidad y su desarrollo futuro. Artículo 38. Reconocen, igualmente, que los pueblos indígenas y comunidades de afrodescendientes, dentro del marco de las legislaciones nacionales y de la normativa sobre derechos humanos, tienen derecho a mantener y desarrollar sus identidades y costumbres en lo cultural, espiritual, político, económico y jurídico; a la propiedad y posesión de las tierras o territorios que tradicionalmente ocupan; a no ser desplazados de ellos y a retornar en caso de serlo; a conservar sus propias formas de organización social, ejercicio de la autoridad y administración de justicia; a desarrollar y mantener su patrimonio cultural tangible e intangible; y a la protección de sus conocimientos ancestrales colectivos y al ejercicio de sus prácticas tradicionales. Artículo 39. Reconocen, asimismo, el derecho de los pueblos indígenas y comunidades de afrodescendientes, dentro del marco de los ordenamientos constitucionales y legislaciones nacionales y de la normativa internacional sobre derechos humanos, a conservar y promover sus prácticas tradicionales para la conservación y la utilización sostenible de la diversidad biológica; a participar en el uso, administración y usufructo sostenibles de los recursos naturales que se ubican en sus tierras o territorios; a ser consultados en las decisiones que se tomen sobre la explotación de los recursos naturales no renovables que se hallan en sus tierras o territorios y sobre toda actividad que afecte al medio ambiente y formas de vida; de aquellos a participar siempre que sea posible en los beneficios que reporten actividades de manejo de recursos naturales en sus tierras y territorios; a percibir una indemnización equitativa por cualquier daño que puedan sufrir como resultado de estas actividades; a ser consultados y participar en la formulación, aplicación y evaluación de los planes de desarrollo que les concierna; y a formular sus propios planes de desarrollo sostenible y gestionar de los Estados los recursos para su financiamiento y la cooperación internacional.
Art 1 - Los indígenas tienen derecho, como pueblos o como personas, al disfrute pleno de todos los derechos humanos y las libertades fundamentales reconocidos por la Carta de las Naciones Unidas, la Declaración Universal de Derechos Humanos (4) y la normativa internacional de los derechos humanos. Artículo 73 Los Miembros de las Naciones Unidas que tengan o asuman la responsabilidad de administrar territorios cuyos pueblos no hayan alcanzado todavía la plenitud del gobierno propio, reconocen el principio de que los intereses de los habitantes de esos territorios están por encima de todo, aceptan como un encargo sagrado la obligación de promover en todo lo posible, dentro del sistema de paz y de seguridad internacionales establecido por esta Carta, el bienestar de los habitantes de esos territorios, y asimismo se obligan: a asegurar, con el debido respeto a la cultura de los pueblos respectivos, su adelanto político, económico, social y educativo, el justo tratamiento de dichos pueblos y su protección contra todo abuso; a desarrollar el gobierno propio, a tener debidamente en cuenta las aspiraciones políticas de los pueblos, y a ayudarlos en el desenvolvimiento progresivo de sus libres instituciones políticas, de acuerdo con las circunstancias especiales de cada territorio, de sus pueblos y de sus distintos grados de adelanto; a promover la paz y la seguridad internacionales; a promover medidas constructivas de desarrollo, estimular la investigación, y cooperar unos con otros y, cuando y donde fuere del caso, con organismos internacionales especializados, para conseguir la realización práctica de los propósitos de carácter social, económico y científico expresados en este Artículo; y a transmitir regularmente al Secretario General, a título informativo y dentro de los límites que la seguridad y consideraciones de orden constitucional requieran, la información estadística y de cualquier otra naturaleza técnica que verse sobre las condiciones económicas, sociales y educativas de los territorios por los cuales son respectivamente responsables, que no sean de los territorios a que se refieren los Capítulos XII y XIII de esta Carta.
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